Natal de 2024 - Mensagem de Dom Virgílio

NATAL 2024


“Anuncio-vos uma grande alegria: nasceu-vos hoje um Salvador, que é Cristo Senhor” (Lc 2, 14).
Esta foi a notícia do Natal de Jesus proclamada há dois mil anos e é a notícia proclamada hoje, causa da mesma alegria para todo o povo.
É Natal! O Filho de Deus fez-se homem no seio da Virgem Maria para se aproximar de nós e nos dar a possibilidade de nos aproximarmos d’Ele, a graça de vencermos todos os nossos medos e alimentarmos a esperança que Ele nos dá.

Ao aproximar-se o Jubileu da Esperança, que celebramos a partir do Natal de Jesus, reencontramo-nos com os sinais de esperança presentes nas nossas vidas e refazemos o caminho interior da fé que leva a olhar para tudo de maneira nova. Sozinhos não podemos percorrer esta estrada com a mesma alegria, nem debelar os medos que se instalam em nós.
Deus que nos criou e que é cheio de bondade, não quereria deixar-nos entregues a uma condição de perdidos no meio do mundo por causa das nossas debilidades e dos nossos pecados. Deus tomou a iniciativa de enviar o Seu Filho para nós, para que a Sua bondade e o Seu amor fossem uma companhia que nos anima e liberta.
Há, de facto, sinais de esperança no nosso mundo, desde o desejo de amor que nos habita até aos anseios de paz que povoam a face da terra. Felizmente são muitos os que sonham com um mundo melhor e trabalham por ele com honestidade e disponibilidade para dar a sua vida por ele. São muitos os gestos de amizade e solidariedade que exprimem a força do amor e que contribuem para que os outros sejam mais felizes. Abundam entre nós atitudes de verdadeira doação da vida, que tornam mais leve a vida das pessoas, das famílias e dos povos. A notícia do Natal de Jesus continua a ser proclamada com alegria e determinação, como proposta aberta a todos aqueles que Deus ama e Ele ama a todos.
No Natal centramo-nos nos sinais de esperança que povoam o nosso mundo e procuramos que estejam presentes em todos os dias do ano, em todos os cantos do planeta e onde quer que haja uma pessoa, um irmão ou uma irmã, que é sempre digna apesar das circunstâncias favoráveis ou desfavoráveis da sua existência.

Não temais, é a palavra forte que escutamos no Natal. É difícil para muitas pessoas acolher este convite, quando estão envolvidas por situações verdadeiramente aflitivas: por causa das divisões familiares, da falta de saúde, de trabalho, de meios necessários para viver. É também difícil não temer quando o coração está vazio ou quando não se respira um ambiente de amor à sua volta. Como não temer quando se é migrante e refugiado e se veem negados os direitos em terra estrangeira ou se não encontram horizontes de futuro para as famílias? Como não temer quando falta a fé e não se conhece o Menino Deus nascido em Belém e se fica enredado nas esperanças oferecidas simplesmente pelos horizontes materiais e terrenos, sempre incapazes de nos projetar para a eternidade?
Jesus, no Natal, vem sempre até nós com a oferta da Sua Pessoa e com a proposta de acolhimento que nos transforma por dentro, no coração. D’Ele não temos medo, porque é digno de toda a fé e de toda a confiança que nos impele a sairmos de nós para estarmos com Ele e como os irmãos.

Gostaria de propor a todos os que escutarem a mensagem do Natal, que tomassem uma decisão: este é o meu Natal do coração, o meu Natal espiritual. Vou olhar para Jesus, vou centrar-me n’Ele, vou acolhê-l’O como nunca O acolhi e vou olhar para os outros de uma forma nova, vou estar com a minha família como lugar de festa e para a humanidade como lugar de encontro, vou pensar na minha vida como dom para todos e na dos outros como possibilidade de felicidade.
Gostaria ainda de propor a todos os que escutam a mensagem do Natal, que pedissem a Jesus o dom de reatar a fé cristã ou de a acolher pela primeira vez, não como uma derrota para a sua humanidade, mas como uma relação com Deus, que renova em nós todas as coisas, que nos leva a refazer a esperança, a fortalecer o amor e a considerar a grandeza da nossa humanidade.

“Nasceu-vos hoje um Salvador, que é Cristo Senhor”. Notícia maior a dar sentido e esperança ao nosso mundo.

Santo e feliz Natal!


Virgílio Antunes
Bispo de Coimbra

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