Sabe
em que consiste a fé cristã? Ela não consiste em ter fé num
Deus genérico mas em ter fé no Deus de Jesus Cristo.
É claro que os católicos crêem
em Jesus. Porém, ainda mais importante é crer como Jesus. Por
isso dizemos que a fé cristã nos faz “filhos no Filho”! Ou
seja, acreditar no Deus de Jesus é acreditar que Deus é Pai
amoroso. Crer como Jesus implica que vivamos como filhos de
Deus. Era assim que Jesus vivia: como um Filho capaz de
confiar no próprio Pai porque sabe que Ele O ama.
A
fé cristã é pessoal e comunitária. Pessoal porque exige de
cada um de nós a atitude de filho. Comunitária porque, sendo
filhos de Deus, somos todos irmãos, todos família de Deus,
co-herdeiros do Reino. Todos precisamos de nos apoiar
mutuamente nesta caminhada de fé.
A
catequese é a actividade pastoral da Igreja que se preocupa
directamente com a qualidade da fé cristã, tanto pessoal como
comunitária. O papel da catequese é levar-nos, a todos e a
cada um de nós, à maturidade da fé. Ou seja, a catequese tem
como tarefa ajudar-nos a crer como Jesus.
É
nesse sentido que se diz que a catequese deve ser
cristocêntrica: ter Jesus no centro, em foco, para que
possamos aprender com Ele a relacionarmo-nos com Deus Pai.
Como o próprio Jesus diz no Evangelho segundo S. João: “Eu
sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão
por mim” (Jo 14,6). Isso quer dizer que o jeito, o modo
como Jesus viveu e acreditou é o único que nos leva a
descobrir Deus como Pai. O segredo da fé cristã está no
seguimento de Jesus.
Por isso é tão importante na catequese o modo como é dada: não
chega apresentar Jesus, é preciso apresentá-l'O com a própria
vida. Muitas pessoas podem confirmar como aprenderam muito
mais pelo exemplo de vida da/do catequista do que pelas suas
palavras. O modo como a/o catequista vive diz mais do que seus
discursos. E isso vale para todos os tipos de educadores,
incluindo os pais.
O
modo como a catequista ensina (metodologia) é tão importante
quanto o que ela diz explicitamente (conteúdo). Se as suas
atitudes forem de amor responsável, então está criado o
ambiente favorável às conversas sobre o amor. Se a/o
catequista procurar agir sempre com justiça, sem esquecer a
compaixão, poucas palavras serão necessárias para definir tais
virtudes. Se ela souber combinar organização com criatividade,
disciplina com alegria, senso prático com espiritualidade, os
conteúdos da catequese fluirão tranquilamente, como o rio
correndo para o mar. Porque a mensagem cristã, quando bem
entendida e bem vivida, responde de forma natural aos anseios
mais profundos do coração humano.
Fundamental é fazer com que o evangelho e a vida se casem e
fiquem bem juntinhos, na maior intimidade. Pois o evangelho
consiste numa vida bem vivida, concretizada no amor a Deus e
ao próximo. Nada mais humano! |