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A VIDA COMO BENÇÃO

Matrimónio e Pastoral Familiar
Paróquia de S. Gonçalo
in Ecclesia, 17/1/2004



Cada vida que nasce e se desenvolve no núcleo familiar é um acontecimento importante e enriquecedor: é uma bênção.

Actualmente, os casais cristãos encontram muitas dificuldades perante a vida:

  • do crescente problema da esterilidade conjugal à regulação da fertilidade;

  • do medo de eventuais malformações ao temor perante as diversas formas de doenças possíveis;

  • até da percepção de o filho ser uma possível ameaça à harmonia conjugal, à nem sempre suficiente disponibilidade para redimensionar algumas pretensas exigências no complexo teor de vida;

  • do espectro de uma possível existência infeliz, à ameaça de uma destruição total da humanidade ou à inevitabilidade de ter de viver num ambiente irremediavelmente poluído.

As tentações são muitas.

A mais frequente, desde o início, é a de adiar, às vezes durante anos, o nascimento do primeiro filho ou, então, a de o impedir por todos os meios. Daqui surge uma cultura que, preocupada apenas com uma pretensa qualidade de vida, esquece que, embora essa preocupação seja realmente importante, legítima e para ser partilhada, não é um valor primário e absoluto.

Assim, nasce uma mentalidade que vê na contracepção e no aborto — entendido também como meio de regulação dos nascimentos — o meio mais eficaz para resolver o problema.

Face a estas tendências cada vez mais evidentes e difundidas, a consciência cristã não pode ficar indiferente. Por isso, com toda a Igreja, sentimos a oportunidade e a urgência de se promover uma ampla estratégia a favor da vida e de se solicitar as consciências e a opinião pública em relação à difundida mentalidade contra a vida, que invade o costume, graças até a algumas formas de conjura farisaica do silêncio.

Deste ponto de vista, não podemos deixar de exprimir, uma vez mais, o nosso juízo negativo sobre o recurso às práticas contraceptivas, ao aborto e a tudo o que, no fundo, exprima violência, recusa da vida, incapacidade de enfrentar as responsabilidades com a coragem que vem da fé e da confiança no amor de Deus pelo homem e pelo seu futuro.

Na verdade, estamos convencidos de que todos os seres humanos, do princípio ao fim da sua existência, de acordo com a sua dignidade intrínseca de «sujeito», constitui um valor em si mesmo, não instrumental nem subordinável a outros fins e valores.

E, enquanto com João Paulo II reafirmamos que o «respeito incondicional pelo direito à vida da pessoa humana já concebida e ainda não nascida é um dos valores por que se rege qualquer sociedade civil» (cf. discurso aos participantes à Reunião de Estudos sobre «O direito à vida e a Europa», 18- -12-1987), estamos conscientes de que, «nalgumas situações, renunciar ao aborto e acolher a criança pode até exigir um alto preço em termos de renúncia ao bem estar. Mas o lucro em termos de «sentido», não só para os pais, mas também para toda a sociedade (que, então, deve ajudar a suportar os encargos daí provenientes) é de longe muito superior».
É, sobretudo, importante que os pais descubram e sejam ajudados a descobrir que a vida é o grande dom que Deus confia à responsabilidade do homem e da mulher, chamados à dignidade de procriadores, de participantes no próprio gesto com que Deus suscita uma nova pessoa no mundo.

O texto de Lucas (Lc 1, 39 45), com o refrão «Bendito o fruto do teu ventre», sugere nos claramente que, a partir do momento em que Cristo nasceu de Maria e optou por esta via para vir para o meio de nós, todas as vidas humanas são definitivamente abençoadas e acolhidas pelo olhar da misericórdia de Deus.

Cada vida humana é um dom e uma bênção. Já o dizia também o poeta «Os vossos filhos não são vossos filhos. São os filhos e as filhas do grande desejo que a Vida tem em si mesma. Não vêm de vós, mas por meio de vós».

Por isso, repito o convite que fiz às famílias, para que descubram este valor. A vós, caríssimos agentes da Pastoral da Família, recomendo que ajudeis as famílias a descobri-lo.

 
©Copyright - Secretariado Diocesano da Pastoral da Família, 2004