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Inesperadas aplicações da «Humanae Vitae», 40 anos depois

Entrevista com Thomas Hilgers, pioneiro da procriação natural

ROMA, 27 de Julho de 2008 (ZENIT)

 

Cerca de 1% das mulheres dos Estados Unidos já ouviram falar dos métodos naturais de planeamento familiar e de tratamento da esterilidade. No entanto, o co-fundador de Natural Procreative Technologies (NaPro) acha que esse número pode aumentar consideravelmente nos próximos 40 anos.

O Dr. Thomas Hilgers, co-fundador do instituto Paulo VI, de Omaha, Nebraska, desenvolveu o Creighton Model Fertility Care System e é autor de "The Medical and Surgical Applications of NaProTechnology" (Aplicações médicas e cirúrgicas da NaProTechnology).

Por ocasião do 40º aniversário da publicação da encíclica «Humanae Vitae», a Academia Americana de Profissionais de Fertilidade teve seu encontro anual, no mês passado, em Roma.

Nesta entrevista concedida à Zenit, Hilgers fala dos próximos 40 anos da «Humanae Vitae».

Que visão tem dos próximos 40 anos e que papel o Espírito Santo pode desempenhar no futuro do modelo Creighton FertilityCare e da NaProtecnologia?

- Hilgers: Esta é uma pergunta interessante. Eu me perguntei isso e acredito na presença do Espírito Santo no trabalho do Papa Paulo VI.

Em nossa conferência em Roma, o cardeal Giovanni Battista Re foi quem pronunciou a alocução-chave. O cardeal Re trabalhou durante 6 anos na Secretaria de Estado do Vaticano durante o pontificado de Paulo VI.

O cardeal Re não citou a «Humanae Vitae», mas um discurso que o Papa Paulo VI deu alguns dias ou semanas depois da encíclica. O cardeal recordava a afirmação do pontífice de que ele havia «colocado sua confiança no Espírito Santo, de forma que pudesse ser uma voz para a verdade».

Quando pensamos assim, é algo verdadeiramente digno de ser recordado. De certa forma, isso é assim porque ele estava sozinho naquele momento. Havia pessoas que o apoiavam, suponho, no Vaticano, mas fora estava todo mundo contra ele. E esta é a situação perfeita para que o Espírito Santo trabalhe.

Não sei exactamente como será o futuro desse trabalho do Espírito Santo. Acho que o mesmo sistema do modelo Creighton e a NaProtecnologia têm um papel a desempenhar no futuro, e temos de continuar trabalhando para tornar mais acessíveis e disponíveis os serviços FertilityCare.

Pense somente nos Estados Unidos. Provavelmente, 99% das mulheres jamais ouviram falar disso. Existe um grande vazio para chegar até as pessoas. Assim, muito do nosso trabalho nos próximos 10 anos no Instituto Paulo VI consistirá em encontrar formas de chegar a grupos de mulheres e homens.

Somente nos Estados Unidos, temos cerca de 200 centros de FertilityCare. Precisamos ter entre 3 e 4 mil. Isso pode lhe fazer ter uma idéia do rumo que estamos tentando seguir. Vai demorar pra conseguirmos isso, mas temos muitos dos componentes da estrutura reunidos.

De muitas formas se realizou um bom trabalho. Inclusive o desenvolvimento da Academia Americana de profissionais de FertilidyCare foi parte de um desenvolvimento geral do sistema do modelo Creighton. Ele foi fundado em 1981 porque não havia nenhuma organização que atendesse às demandas profissionais desses novos professores do modelo Creighton, e agora os médicos estão se aproximando.

Todo esse trabalho fundacional foi feito e agora é necessário que ele se alimente, cresça e se desenvolva. Haverá progresso. Uma das coisas que eu mais gostaria de ver é uma cura para a esterilidade. A Naprotecnologia tem esperança de conseguir isso.

Os profissionais da corrente dominante em obstetrícia e ginecologia estão mostrando que a fecundação in vitro não tem futuro. Eles estão se ocupando cada vez menos dos problemas de esterilidade do casal, porque não estão interessados nas causas subjacentes. Mas nós sim estamos interessados.

Acho que podemos, sim, progredir com alguns passos importantes, deixando de lado os programas in vitro. E eu gostaria de ver isso acontecendo. Foram feitas coisas horríveis com as mulheres, com os médicos e com a própria profissão.

Quanto ao negócio do controle de nascimentos, acho que não podemos retirá-lo do mercado. Tudo o que podemos esperar é competir com ele. E temos elementos verdadeiramente bons para propor. Mas é como uma parede em branco. Não convencem a indústria do controle da natalidade. Individualmente podemos convencer as pessoas. O mundo de Margaret Sanger tem uma filosofia oposta em 180° ao que estamos fazendo e ao que a Igreja ensina.

O Papa João Paulo II disse, em termos bastante directos, que a diferença entre o método natural e o contraceptivo está em pontos de vista irreconciliáveis sobre a pessoa humana. Por isso, em última instância, o debate está nisso. E é aí onde verdadeiramente está o debate sobre o aborto.

As sentenças do Tribunal Supremo de que a criança no ventre materno não é uma pessoa são como as ditadas durante 150 anos com relação aos negros. Sabemos que isso não pode funcionar. O aborto é outra coisa que precisa ser eliminada.

- Seria possível mudar a visão sobre a contracepção artificial?

- Hilgers: Não sou, de forma alguma, favorável à contracepção, mas ela se resiste a lutar. Eu estabeleceria de forma mais rápida e competitiva nossos programas, porque acho que podemos mudar totalmente o que uma nação pensa se conseguirmos que um número considerável de pessoas pensem o mesmo sobre esse tipo de temas.

È algo parecido com a vacina. Não precisamos imunizar 100% da população para eliminar uma doença. Se conseguirmos que 30, 40 ou 50% dos americanos, ou do mundo, usem o método natural, veremos uma grande mudança de atitude com relação a como as decisões são tomadas hoje.

- Isso nos antecipa que algum dia Paulo VI será canonizado?

- Hilgers: Eu acho que ele já é santo. Acho que ele deveria ser considerado para a beatificação, para a santidade e para a canonização. No momento em que foi eleito, Paulo VI foi considerado um liberal. Ele era arcebispo de Milão e tinha trabalhado vigorosamente no apoio às pessoas carentes da área. Ele tinha fama de que, quando se trabalha com os pobres, a pessoa é liberal. Agora sabemos que isso não é necessariamente verdade.

Ele tomou uma decisão sobre a «Humanae Vitae» e a deixou nas mãos do Espírito Santo. Isso é algo verdadeiramente notável. Tudo o que precisamos dele para que seja santo é compreender o momento em que ele tomou a decisão de escrever a «Humanae Vitae». A publicação dessa encíclica foi duríssima. Ter tomado essa decisão é verdadeiramente um milagre. Esse milagre já é suficiente para que ele seja canonizado. Ele era uma pessoa muito, muito santa, e tomou provavelmente uma das decisões mais dura – se não a mais dura – do século XX. Mas era a correcta. Espero que ele seja canonizado.

 

 

 

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