Já o tínhamos sentido do Papa Francisco: o Espírito Santo estava a suscitar algo de (sempre) novo!
Um dia, o nosso pároco Frei Domingos telefonou-nos, convidando para um encontro sobre catequese de adultos. Aceitámos o desafio, contentes também por ser convidados como casal.
Fomos cheios das nossas ideias do que deveria ser, do que deveríamos fazer, de como deveríamos fazer. Não era nada assim… Uma agradável surpresa: uma catequese estruturada a nível (pelo menos) diocesano, um mesmo projecto para todas as paróquias, a decorrer em comunhão de muitas equipas de “animadores” (designação – com um ar bem jovem - dos novos catequistas de adultos), inserida na nova Pastoral impulsionada pelo nosso Bispo.
A base da catequese é a base de toda a catequese da Igreja, desde sempre: o caminho de preparação para o baptismo, um catecumenato. Organizada em quatro volumes, correspondentes, talvez, a quatro anos. Os primeiros destinatários, nós mesmos, porque começa por ser muito vivencial, levantando as interrogações profundas da nossa vida, que afinal são as de todos os homens. Mas sobretudo virada para os afastados da Igreja. Enfim, uma Nova Evangelização!
A primeira proposta foi a fazermos nós mesmos, os futuros animadores, mas também o próprio pároco e a comunidade dos freis (a nossa paróquia é servida por quatro frades menores conventuais, que são os pastores também de pequenas comunidades das diversas povoações que constituem a paróquia, além da “sede paroquial” em Santo António dos Olivais), o itinerário catequético que depois transmitiríamos, enquanto tomávamos contacto com a realidade diocesana, em encontros preparativos com os animadores de todos os arciprestados. Assim foi ao longo de boa parte do ano passado, como preparação.
Finda esta etapa de preparação, este ano demos início à catequese. Dividimo-nos em quatro equipas de 4/5 animadores, sempre com pelo menos um casal e um frei em cada equipa, e distribuímo-nos por diferentes geografias da paróquia: igreja matriz, Tovim, reitoria do Dianteiro, Rocha Nova. Identificámos os destinatários da catequese, os que convidaríamos para este percurso, no espírito do catecismo: os afastados da Igreja, os que, tendo uma matriz cristã, nunca ou quase nunca vão à Igreja e já pouco ou nada conhecem da Fé.
No nosso caso, ficámos conjuntamente com outro casal – o Secundino e a Manuela – e com o frei Paulo, “com” a aldeia onde vivemos, a Rocha Nova. Fizemos um levantamento dos “nunca ou quase nunca”, centrados em casais maioritariamente em idade activa. A comunidade que partilha a vida e celebra dominicalmente a Eucaristia na capela local (os nossos queridos “sempre ou quase sempre”) foi de uma ajuda inestimável. Ela própria sempre sedenta de catequese, percebeu a necessidade de uma nova evangelização fora dos nossos muros e contribuiu com a identificação de possíveis casais a convidar, mas sobretudo, em todo o tempo, com muita oração, que tem sido o suporte de tudo (bem hajam!).
Identificados os “nunca ou quase nunca”, iniciámos os convites. Porta a porta, visitando pessoalmente. Alguns não conhecíamos, nem nos conheciam, outros há muito que não víamos. Quase todos ficaram surpreendidos, alguns muito contentes pelo convite que já ansiavam, e todos sem excepção nos receberam muito bem. O Espírito Santo escolheu, finalmente: dos vinte casais convidados, metade foi pelo menos uma vez, e 4/5 tem seguido regularmente os encontros de catequese. Fizemos já oito, concluiremos o primeiro “volume” com um dia de convívio partilhado de todos, as quatro equipas de animadores e os participantes das catequeses na paróquia, a 10 de Junho.
A experiência tem sido riquíssima. Para nós mesmos, como esperávamos e mais além do que esperávamos, sempre surpreendente, sempre nova. Mas sobretudo é maravilhoso ver nas experiências das pessoas com quem temos – mais do que transmitido – vivido em comum estas catequeses, como o Evangelho continua a ser Boa Nova para as suas vidas!
Sentimos a felicidade de sermos instrumentos do Espírito Santo na Alegria que vemos nos olhos daqueles com quem partilhamos a Boa Nova de Jesus Cristo Ressuscitado!
Francisco e Florbela Alves,
animadores da catequese de adultos em Santo António dos Olivais, Coimbra