Desafios Pastorais das Festas Populares - Frei Domingos

Na exortação Apostólica “A Alegria do Evangelho”, nos n.ºs 68-70, apresentando os “desafios da inculturação da fé”, Papa Francisco escreve: «Não convém ignorar a enorme importância que tem uma cultura marcada pela fé, porque, não obstante os seus limites, esta cultura evangelizada tem, contra os ataques do secularismo atual, muitos mais recursos do que a mera soma dos crentes. Uma cultura popular evangelizada contém valores de fé e solidariedade que podem provocar o desenvolvimento duma sociedade mais justa e crente, e possui uma sabedoria peculiar que devemos saber reconhecer com olhar agradecido». Continua o Papa: «No caso das culturas populares de povos católicos, podemos reconhecer algumas fragilidades que precisam ainda de ser curadas pelo Evangelho….. Certo é também que, às vezes, se dá maior realce a formas exteriores das tradições, que se absolutizam, do que ao impulso da piedade cristã. Há certo cristianismo feito de devoções – próprio duma vivência individual e sentimental da fé – que, na realidade, não corresponde a uma autêntica piedade popular. Também não podemos ignorar que, nas últimas décadas, se produziu uma ruptura na transmissão geracional da fé cristã no povo católico. É inegável que muitos se sentem desiludidos e deixam de se identificar com a tradição católica, que cresceu o número de pais que não batizam os seus filhos nem os ensinam a rezar...»
Perante este cenário, que o Papa Francisco nos apresenta, perguntamo-nos: é possível evangelizar a partir das nossas festas populares? Podem as festas popularestornar-se “lugares de evangelização”? Quais são os desafios pastorais das festas populares?
Não tenho, claramente, a ousadia de oferecer “receitas fáceis” mas, por ventura, de procurar convosco “pistas” que nos ajudem nesta tarefa nada fácil mas desafiadora:
Vou socorrer-me da ajuda de Santo António lembrando que a sua vida correu sobre duas linhas: Evangelho e da Caridade.
Também para as nossas comunidades cristãs o objetivo deve ser claro: sermos verdadeiros discípulos de Jesus que anunciam (evangelho) e testemunham (caridade)o grande amor que Deus tem por todos e cada um de nós. Pertencerá à inteligência e à ousadia de cada comunidade escolher o caminho mais indicado. Aproveitar, o tempo das festas populares significa aproveitar o encontro com as pessoas que o Senhor nos envia nestas ocasiões e que raramente se aproximam da igreja. Então porque não  relançar à comunidade cristã a provocação de um “curso de cristandade”, um pequeno “curso bíblico” ou, um “curso Alfa”. Publicitar entre os mais novos os “convívio fraternos”, recolher inscrições para um grupo de “catequese de adultos”. Não faltam hoje instrumentos, subsídios ou propostas. Mas é necessário ter a ousadia de apresenta-las. Seria uma pena que alguém não tivesse a possibilidade de fazer uma “caminhada de fé” somente porque ninguém lhe faz a proposta. Mas a fé deve também ver-se nas obras: isto é mesmo urgente. Temos que ajudar as comissões das festas a dedicar uma percentagem do que se recolhe nestas ocasiões para ser canalizado em obras de caridade. Deixo uma pequena provocação: Enfeitar um andor ou vestir um santo é coisa boa, mas vestir um pobre abre-nos as portas do céu. 

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