SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE - III GRANDE ENCONTRO DE JOVENS

Estamos a celebrar o Dia da Igreja Diocesana, este ano dedicado de um modo particular aos jovens, com a realização do III Grande Encontro Diocesano.

Agradeço à Santíssima Trindade por nos ter feito parte desta Igreja Diocesana de Coimbra, por nos chamar continuamente a uma maior comunhão entre nós, por nos abraçar no Seu amor divino.

Agradeço também esta possibilidade de nos congregarmos aqui no Seminário Maior de Coimbra, que significa para todos nós um dos maiores desafios que temos pela frente: cuidar das vocações sacerdotais para o serviço da Palavra, dos sacramentos da fé e da vida, da comunhão do Povo de Deus.

As comunidades cristãs pedem pastores, porque precisam da Palavra e do Pão da Eucaristia, pedem sacerdotes que as acompanhem na caminhada eclesial. Em nome desta Igreja Diocesana, o vosso bispo pede também sacerdotes e pastores a Deus, fonte de toda a vocação, mas pede-os igualmente às comunidades cristãs, às famílias paróquias, aos movimentos, e pede-os, de um modo muito particular, a vós, jovens.

O trabalho de promoção das vocações sacerdotais não é algo isolado no meio da vida da Igreja. Tem como base essencial o trabalho de formação na fé e o aprofundamento da relação séria, profunda, vital com Cristo. A superficialidade da vida, a fé epidérmica, a simples identificação com alguns valores cristãos, a inserção episódica ou pontual na vida da Igreja, não geram cristãos firmes, nem testemunho, nem vocações.

Os onze discípulos partiram para a Galileia e, quando viram Jesus, adoraram-no, dizia o Evangelho que escutámos. Depois, aceitaram ser enviados por Ele a fazer discípulos, a batizar e a ensinar a cumprir o seu Evangelho, na certeza de que Ele continuava com eles até ao fim dos tempos.

Caríssimos jovens, Cristo chama-vos a permanecer com Ele, a conhecê-lo, a partilhar com Ele a vossa vida, os vossos sonhos e anseios mais profundos. Acolhei esse convite como o mais sério da vossa vida, porque não vem dos homens, vem do Deus que nos amou a todos e se entregou por nós; vem d’Aquele que nos ama infinitamente, que morar em nossa casa, estar connosco e encher de alegria e esperança as nossas vidas.

A tarefa da formação da fé dos jovens, que os leve a este encontro pessoal com Cristo, a identificarem-se com a sua pessoa e o seu projeto de vida, é prioritária em todas as ações da pastoral juvenil. Por meio de atividades pedagogicamente adaptadas à idade, à cultura e à maneira de ser dos jovens, há-de propor-se de forma muito séria esse caminho. Por meio do estudo da Palavra de Deus e da doutrina da Igreja, com a ajuda dos temas preparados para o efeito, pelo debate pela reflexão, ajudemo-los a ter uma noção inteligente da fé e a integrá-la no contexto da sua cultura e formação intelectual.

Renovo, hoje, o pedido insistente a todas as comunidades paroquiais, para que tudo façam no sentido de promover a existência de grupos de jovens, com projetos abertos e capazes de lhes levar este conhecimento transformador de Cristo.

Os discípulos, quando viram o Senhor, adoraram-no. Vê-l’O, significa, hoje, para nós, fazer a experiência, mesmo que imperfeita, da sua presença na nossa vida; ser capaz de O ouvir nas dúvidas e de lhe pedir ajuda nos momentos difíceis; agradecer-Lhe muito reconhecido a alegria de viver, as pessoas, as oportunidades e a fé. Vê-l’O, significa ter cá dentro um impulso inexplicável, que nos faz sentir que não estamos sós, que nos conforta, nos tira os medos e nos faz lutar pelo bem e pela verdade.

Quando O vemos, O ouvimos, O tocamos, o sentimos na experiência da fé, só podemos adorá-l’O como o único Deus, o Senhor de todas as coisas, e, acima de tudo, o Nosso Senhor. Deste modo o experimentou o Povo de Deus, de que falava a leitura do Deuteronómio, que ouvimos, ao dizer: “Considera hoje e medita em teu coração que o Senhor é o único Deus, no alto dos Céus e cá em baixo na terra, e não há outro”.

A formação da fé dos discípulos de ontem, como a formação da fé dos jovens de hoje, só acontece por meio da oração, da adoração a Deus, como o Único das suas vidas, como o Senhor de tudo e de todos.

Convido, por isso, todos os responsáveis da pastoral juvenil a investiram muito do seu trabalho na iniciação dos jovens à oração, nas suas mais variadas formas, tanto à oração litúrgica como à oração devocional, segundo as práticas mais comuns da Igreja ou segundo as propostas vindas dos diversos movimentos de espiritualidade.

Os jovens precisam de orar, querem orar e gostam de orar. São inesquecíveis os momentos passados no silêncio e na intimidade com Cristo, quando se reúnem as condições adequadas. Esses são os momentos que transformam a vida, são os momentos propícios para que Deus fale e chame; para que lhe respondamos ancorados na força da fé e do Espírito.

A fé cristã, em todas as idades da vida e em todas as suas etapas, cresce sempre quando há compromisso com a comunidade e com a Igreja. Os discípulos saíram a cumprir a missão que lhes foi entregue. A Igreja de hoje tem de sair a cumprir a sua missão, que é, em primeiro lugar a de anunciar Cristo ao mundo, aos que estão dentro e aos que estão fora dela.

Convido, por isso, todos os jovens, os grupos de pastoral juvenil e os seus dinamizadores a darem o devido lugar às atividades concretas, nas quais os jovens exprimam a sua vontade de servir a Igreja e a sociedade, nas quais se sintam comprometidos com a tarefa de evangelização dos outros jovens.

Um grupo cristão de jovens assenta nestas três vertentes fundamentais: o aprofundamento da fé em ordem à compreensão do mistério que nos envolver, a intimidade com Cristo numa relação pessoal e orante transformadora da vida, o compromisso na vida da Igreja e ao serviço da sociedade.

Neste III Grande Encontro de Jovens de Coimbra imploro da Santíssima Trindade as vocações sacerdotais de que a nossa Igreja tem necessidade e confio a Nossa Senhora todos os jovens das nossas comunidades, os seus pais e os animadores dos grupos, pedindo-lhe que nos encoraje na construção do rosto jovem da Igreja de Seu Filho Jesus Cristo. Ámen.

 

Seminário de Coimbra, 03 de Junho de 2012

Virgílio do Nascimento Antunes

Bispo de Coimbra

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