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DIOCESE DE COIMBRA | 2022-2023NOTA PASTORAL “TRANSMIT...
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PEREGRINAÇÃO DOS SÍMBOLOS DA JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDELISBOA 2023 NA DIOCESE DE COIMBRANOTA DO BISPO DE COIMBRA
Os Símbolos da Jornada Mundial da Juventude chegam a Coimbra no Domingo de Ramos, dia 2 de abril, e percorrem toda a Diocese até ao dia 30 de abril, numa peregrinação que nos conduz até aos Dias nas Dioceses, que ocorrem de 26 a 31 de julho, e à Jornada em Lisboa, de 1 a 6 de agosto de 2023.
A cruz de Cristo é o símbolo da fé cristã, sinal da morte de Jesus pela salvação da humanidade, que nos aponta para Cristo Vivo, ressuscitado e presente na vida do mundo. Acolhê-la com amor manifesta a nossa fé e a nossa esperança de jovens, que põem em Cristo a sua confiança querem aprender a renovar toda a terra a partir do Evangelho.
Acolhemos também o ícone da Virgem Maria Salus Populi Romani (Salvação do Povo Romano), que nos leva a olhar para a Mãe de Deus como a primeira discípula de Jesus e nos ensina a pormo-nos a caminho como Igreja Diocesana de Coimbra, decidida a ir atrás de Jesus, Aquele que nos salva.
O programa desta peregrinação, organizado pelos comités Organizadores Territoriais (COT) em colaboração com o Comité Organizador Diocesano (COD), vai passar por todas as regiões da Diocese, dando a todos a possibilidade de irem ao encontro dos símbolos de Cristo e da Virgem Maria. Deve, por isso, constituir uma ocasião única para a renovação da fé por meio da devoção à Cruz de Cristo e à Virgem Maria, tão caraterísticas da nossa espiritualidade cristã.
Convido as comunidades cristãs e as organizações locais a saírem à rua em ambiente de festa, nas suas localidades, para acolherem os Símbolos que a Igreja nos envia como desafio à ação para o fortalecimento da justiça, da paz, da ecologia integral e do apoio que damos aos jovens, “o agora de Deus” segundo o Papa Francisco, e os protagonistas de um mundo melhor.
Convido as igrejas e capelas da Diocese a tocarem festivamente os sinos no domingo, dia 2 de abril, às 15:00, para que se torne notória a relevância da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 e desta peregrinação.
Convido ainda os diocesanos de Coimbra a virem receber os Símbolos junto ao Convento de Santa Clara a Nova, no dia 2 de abril, às 15:00 e a juntarem-se à Rainha Santa Isabel, padroeira da nossa cidade, cuja imagem sairá excecionalmente à rua. A caminhada para a Igreja de Santa Cruz de Coimbra será uma peregrinação mais bela e significativa com a presença de crianças, jovens e adultos.
Confio aos nossos patronos diocesanos, Santa Isabel de Portugal, Santo António de Lisboa, São Teotónio e Santo Agostinho, a poderosa intercessão junto de Deus para que a Peregrinação dos Símbolos e a Jornada Mundial da Juventude constituam acontecimentos inesquecíveis e nos animem para nos levantarmos e partirmos apressadamente, com Maria.
Coimbra, 23 de março de 2023Virgílio do Nascimento Antunesbispo de Coimbra
Falecimento de Dom Francisco da Mata Mourisca,Bispo Emérito de Uíge (Angola), natural da Diocese de Coimbra
NOTA DE PESAR
Natural da nossa Diocese de Coimbra, faleceu em Luanda, Angola, no dia 16 deste mês de março, Dom Frei Francisco da Mata Mourisca, Bispo Emérito de Uíge. Nascido a 12 de outubro de 1928 no lugar de Ilha, da então freguesia de Mata Mourisca, concelho de Pombal, e a quem foi dado o nome de José Moreira dos Santos, entrou no Seminário da Ordem dos Frades Menores Capuchinos a 10 de outubro de 1941 e foi ordenado sacerdote no Porto, a 20 de janeiro de 1952. Formado em Teologia Dogmática pela Universidade de Salamanca, Espanha, em 1957, Dom Francisco da Mata Mourisca exerceu em Portugal vários cargos de responsabilidade, entre os quais o de ministro provincial dos capuchinhos.
Em 14 de março de 1967, com 39 anos, foi nomeado o primeiro bispo da então criada Diocese de Carmona e São Salvador, atual Uíge, pelo Papa Paulo VI e da qual foi Pastor durante 41 anos, resignando a 3 de fevereiro de 2008. Depois de resignar, continuou a viver em Uíge como bispo emérito, e a servir a Igreja em Angola, nomeadamente na Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso.
A Diocese de Coimbra associa-se em fraterna ação de graças por este Pastor que muito amou e serviu a Igreja, manifestando a sua proximidade espiritual para com a sua família, os Frades Menores Capuchinhos e a Diocese de Uíge.
Coimbra, 17 de março de 2023
ABUSOS SEXUAIS DE MENORESCOMUNICADO
A Diocese de Coimbra informa que, no dia 3 de março, recebeu da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica em Portugal, uma lista com sete nomes de sacerdotes, alegadamente abusadores de menores.
Nessa lista constam os nomes de:
- Cinco sacerdotes falecidos.
- Um sacerdote que foi sujeito a investigação pelo Ministério Público e também a investigação prévia canónica, tendo nas duas instâncias seguido para arquivamento.
- Um sacerdote no ativo, relativamente ao qual foram pedidas informações à Comissão Independente, as quais foram recebidas no dia 9 de março. Dessas informações conclui-se que não foi praticada nenhuma forma de abuso sexual de menor. Por esse motivo não lhe foram impostas medidas cautelares, embora esteja em curso a investigação prévia canónica.
A Diocese de Coimbra renova o seu pedido de perdão às vítimas e manifesta total disponibilidade para as acolher, acompanhar e ajudar a reparar os danos que lhes foram causados por membros da Igreja.
A Comissão Diocesana para a Prevenção de Abusos Sexuais de Menores e Adultos Vulneráveis continua disponível para acolher eventuais denúncias, pelo endereço: prevencaodeabusos@diocesedecoimbra.pt ou pelo número de telefone: 962 968 415.
A referida Comissão Diocesana está já a trabalhar para iniciar o processo de formação dos sacerdotes e agentes pastorais ou outros colaboradores das instituições tuteladas pela Igreja, no sentido da prevenção, almejando, desta forma, que a Igreja seja um lugar de paz e onde qualquer um possa encontrar um porto de abrigo seguro.
Coimbra, 10 de março de 2023Diocese de Coimbra
QUARTA-FEIRA DE CINZAS 2023
Caríssimos irmãos e irmãs!
Iniciamos a Quaresma com a imposição das cinzas sobre as nossas cabeças, em sinal de arrependimento e de penitência pelos nossos pecados e pelos pecados dos membros da Igreja. Esta é a nossa resposta mais sincera e humilde à graça que recebemos no batismo, quando nos tornámos participantes da santidade de Jesus Cristo, o Santo de Deus.
O pecado tem muitos rostos pessoais e comunitários, fere a nossa condição humana e fere a comunidade que formamos, fere a nossa vocação comum de homens e mulheres chamados a ser santos e fere a Igreja, o Corpo de Cristo, convocado para ser no meio do mundo sinal visível da santidade de Deus.
Temos, porventura, levado pouco a sério a revelação bíblica acerca da nossa condição de criaturas de Deus, boas e belas, mas marcadas pela inclinação para o mal e para o pecado. O espírito do mundo encontrou brechas na nossa Igreja e entrou de formas mais abertas ou mais veladas, deixando os seus membros reféns do relativismo ético dominante.
Hoje, é urgente reconhecermos a gravidade dos pecados pessoais, eclesiais, sociais, que uma consciência mais sensível e formada evidencia e que produzem uma escalada de consequências tão dramáticas para a humanidade. Não há mais lugar para silenciar a voz de Deus que clama por meio dos seus profetas nem para silenciar a voz dos homens que sofrem todas as violências nascidas do pecado.
Não restam dúvidas de que precisamos do arrependimento e da penitência da Quaresma e da vida para nos recentrarmos em Deus que é santo e quer fazer de nós um povo a viver a sua vocação à santidade. Na nossa tradição cristã, temos no exame de consciência, na confissão dos pecados, no reencontro com o perdão de Deus por meio da absolvição e na reparação do mal com o bem, os meios da graça para retomar o caminho novo que nos é sempre oferecido.
Pecámos, Senhor, tende compaixão de nós! Eis a oração suplicante do salmista, que repetimos com verdade e num plural que nos inclui a nós e à nossa Igreja. Dai-nos a graça de nos reconciliarmos com Deus e com os irmãos e de, por meio de Cristo, nos tornarmos justiça de Deus, como nos ensinou o Apóstolo na Segunda Epístola aos Coríntios.
Com amargura ouvimos nesta celebração a palavra do profeta Joel, que convida os sacerdotes a chorar entre o vestíbulo e o altar e a dizer: “Perdoai, Senhor, perdoai ao vosso povo e não entregueis a vossa herança à ignomínia e ao escárnio das nações”. De facto, sentimos na nossa carne a ignomínia e o escárnio das nações, como a sentem mais ainda todos os que são vítimas de abusos no seio deste mesmo povo, que é a herança do Senhor.
Diante da situação em que nos encontramos, poderíamos reagir reafirmando a condição da Igreja como o povo real, a nação santa e a geração escolhida. Poderíamos até sucumbir diante da tentação de manifestar tudo aquilo que de bom a Igreja faz e procurar esbater a realidade negativa que nos atinge ou minorar o seu impacto negativo na comunidade. Mas a voz do Alto faz-nos compreender que as prerrogativas quanto à realeza, à santidade e à eleição pertencem a Deus, e que o bem também nasce d’Ele e cresce em nós por ação do Seu Espírito Santo: “somos servos inúteis” (Lc 17, 7).
“Onde está o seu Deus? - perguntam as nações; onde está o amor que proclamamos, onde está a fé que professamos? – perguntamos nós e perguntam aqueles a quem somos enviados como suas testemunhas.
A falta de confiança na Igreja tornou-se uma ferida profunda, uma ferida de morte, porque é ferida aberta no coração de Deus, no coração e na vida dos que a Igreja não protegeu, não cuidou e deixou entregues à violência dos homens. Não queremos uma Igreja assim, não queremos pôr em causa o nome de Deus, não queremos o sofrimento dos mais débeis do rebanho, não queremos comprometer a fé profunda e sincera dos mais simples.
“Transmitir a fé – celebrar a Páscoa”. É o lema escolhido pela nossa Diocese para a Quaresma deste ano, para o tempo favorável e de graça que hoje iniciamos e nos levará até à solenidade da Ressurreição do Senhor.
Somos confrontados com a grande missão que o Senhor nos confiou de levar o Evangelho da Salvação a todos: crianças, jovens e adultos. Trata-se de transmitir a fé, que, sendo dom de Deus, há de ser acolhida por nós e há de chegar a muitos com a cooperação da nossa palavra e o testemunho da nossa vida.
O mistério Pascal de Jesus Cristo, a sua paixão, morte e ressurreição, constitui o anúncio a realizar, o primeiro anúncio, que tem poder para provocar o encontro pessoal, aquele íntimo e vital encontro que faz novos discípulos e introduz na comunidade eclesial.
Para transmitir a fé, não bastam as palavras, mas é necessário percorrer com Cristo o caminho da paixão e da morte como via de acesso à ressurreição. A experiência da nossa paixão e da paixão da Igreja, com as caraterísticas que assume no nosso tempo, é esperança de nova aurora de encontro de muitos com o Ressuscitado e, por isso, condição para a transmissão da fé de que nos sentimos servidores.
Caríssimos irmãos e irmãs!
Esta Quaresma deve ser para todos nós uma oportunidade para regressarmos à fé como encontro pessoal e comunitário com Jesus, que por nós padece e morre, a fim de nos dar a Vida.
Esta Quaresma deve ser para todos nós um tempo de graça para assumirmos os nossos pecados, vivermos o arrependimento, celebrarmos o perdão e nos abrirmos à conversão ao Senhor, nosso Deus.
Esta Quaresma deve ser para nós uma ocasião para cuidarmos da transmissão da fé às crianças, jovens e adultos, com a oferta do sacrifício da nossa vida, com verdade e com amor.
Esta Quaresma deve ser para nós alento e força para passarmos de uma cultura moldada pelo espírito do mundo a uma cultura de fé, moldada pelo Espírito de Deus.
Celebraremos a Páscoa mais felizes a mais capazes de, com humildade e com amor, darmos ao mundo as razões da nossa fé e da nossa esperança.
Coimbra, 22 de fevereiro de 2023Virgílio do Nascimento AntunesBispo de Coimbra
MENSAGEM DO BISPO DE COIMBRAQUARESMA DE 2023
TRANSMITIR A FÉ – CELEBRAR A PÁSCOA
Transmitir a fé
Elegemos como objetivo deste ano pastoral a renovação dos caminhos para transmitir a fé a todos, crianças, jovens e adultos. Propusemos a todas as comunidades a missão de chamar, formar e enviar homens e mulheres como animadores, cheios de fé e de amor para fazer chegar o Evangelho de Jesus a muitas pessoas. Acreditamos que o Evangelho acolhido e anunciado com o testemunho do sangue e da cruz é caminho de libertação do mal que nos aflige e, por isso, acolhemos esta Quaresma de uma forma nova, mais sentida e mais verdadeira.
Perguntamo-nos seriamente: como transmitir a fé a todos quando entramos na Quaresma marcados pela vergonha e pela dor dos abusos sexuais cometidos contra crianças no seio da nossa Igreja? Não é fácil a resposta, pois, se acreditamos no amor de Deus que tudo vence, vemos com clareza o mal e o pecado na nossa Igreja a clamar por redenção. Pedimos perdão a todas e a cada uma das vítimas, na esperança de que acolham a verdade dos nossos sentimentos; garantimos-lhes a nossa solidariedade e acolhimento, como contributo para ajudar a reparar os danos humanos, morais, e espirituais que persistem nas suas vidas; asseguramos que tudo faremos para que não tenham lugar na Igreja os abusos que agora conhecemos.
Como transmitir a fé? Percebemos neste momento muito melhor o que é o caminho da penitência, da conversão, da purificação e da santidade de vida, sempre na procura da justiça e do amor, que Jesus nos propõe com a Sua palavra e a Sua vida. Sem verdade de vida não se transmite a fé e tudo o que se fizer ou disser sem verdade, sem justiça e sem caridade soa a vazio e não entra no coração.
Celebrar a Páscoa
Toda a Igreja é convidada a celebrar a Páscoa de Jesus Cristo como acontecimento que inclua a libertação dos seus trajetos mais sinuosos. Precede-nos e acompanha-nos Jesus, que não tendo cometido pecado algum, aceitou decididamente passar pela paixão e pela cruz por nós e connosco. Pelo poder de Deus, Jesus ressuscitou e abriu-nos as portas da ressurreição e da vida.
A Páscoa que celebramos só é transformadora quando estamos decididos a passar pela paixão e pela cruz própria e dos outros, para que se manifeste o poder de Deus. Sentimos presentes no nosso mundo muitos lugares de paixão e toca-nos dramaticamente a experiência de morte que chega por causa da guerra, dos sismos e das injustiças humanas. Vemos a esperança e a alegria de viver a morrer ao nosso lado, na nossa Igreja e na humanidade.
Celebremos a Páscoa carregando sobre nós a paixão e a cruz dos nossos irmãos e que pelo poder de Deus e pela nossa conversão ela seja caminho de salvação.
Renúncia quaresmal
A partilha de bens, sinal da nossa penitência, solidariedade, justiça e caridade, constitui uma das vias relevantes do nosso percurso quaresmal.
Este ano, a renúncia quaresmal da Diocese de Coimbra reparte-se por duas finalidades, em partes iguais:
- Apoio à ação pastoral no Estabelecimento Prisional de Coimbra;
- Apoio às vítimas do sismo na Turquia e na Síria.
Informo também que durante a Quaresma farei visita aos jovens residentes em casas de acolhimento na nossa Diocese.
Desafios aos cristãos
Convido os cristãos da Diocese de Coimbra, em todas as suas comunidades, a viverem a Quaresma e a Páscoa com sinais claros de arrependimento e conversão; a procurarem a verdade sobre os erros e pecados pessoais e eclesiais; a acolherem e acompanharem os que mais sofrem, particularmente as vítimas de todas as formas de abusos cometidos no seio da Igreja; a carregarem a própria cruz e a ajudarem o seu próximo a levar a cruz com amor; a rezarem pessoalmente, na família e na comunidade pela conversão dos pecadores; a buscarem sinceramente a santidade de vida, o único meio de que dispomos para criar uma humanidade mais feliz e transmitirmos ao mundo a alegria de acreditar em Jesus Ressuscitado.
Desafio aos jovens
Finalmente, convido os jovens a entrarem alegremente no dinamismo de preparação para a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 e a disporem-se para acolher os símbolos da JMJ, que estarão entre nós durante o mês de abril, na Semana Santa e no tempo pascal. Que a contemplação da cruz de Cristo e do ícone da Virgem Maria os inspirem para que seja Páscoa nas suas vidas e possam partir apressadamente para anunciar aos outros jovens a novidade de Cristo Vivo.
Coimbra, 17 de fevereiro de 2023Virgílio do Nascimento AntunesBispo de Coimbra