O carácter típico desta nova antropologia, concebida para
fundamento da Nova Ordem Mundial, manifesta-se sobretudo na
imagem da mulher, na ideologia do "Women's empowerment" (…).
O fim à vista é a auto-realização da mulher que
encontraria os seus principais obstáculos na família e na
maternidade.
Assim, a mulher deveria ser libertada sobretudo
do que a caracteriza e lhe dá nada mais que a sua
especificidade: esta é chamada a desaparecer diante de uma
"igualdade de género", diante de um ser humano
indistinto e uniforme, em cuja vida a sexualidade não tem
outro sentido senão o de uma droga voluptuosa, de que a gente
se pode servir seja lá como for.
No medo da maternidade que se apoderou de
grande parte dos nossos contemporâneos, entra decerto, também,
alguma coisa de ainda mais profundo: o outro é sempre afinal o
concorrente que me leva uma parte da minha vida, ameaça para o
meu eu e para o meu livre desenvolvimento.
Deixou de
haver, hoje, uma "filosofia do amor"; o que há é somente uma
"filosofia do egoísmo". Que eu possa enriquecer-me
simplesmente com o dom; que eu possa encontrar-me justamente a
partir do outro e através do meu ser-para-outrem - eis o que é
recusado como ilusão idealista. Mas é precisamente aí que o
homem se engana. Na verdade, na medida em que o desaconselham
de amar, nessa medida o desaconselham de ser homem.
Deste modo, no estádio de desenvolvimento de uma nova imagem e
de um novo mundo, chegou o momento em que o Cristão - e não
apenas ele, mas pelo menos ele - tem obrigação de protestar.
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